O que não mata fortalece (by Marquito)

Depois de passar os maiores perrengues da minha vida, e tendo que resolver tudo sozinho e pra variar em inglês ainda por cima eu consigo agora deitar na cama e dormir em 1.3 seg. Até porque agora eu tenho uma cama pra poder dormir...
Para quem não sabe o que aconteceu vou tentar contar de maneira resumida. Ia me mudar pra morar com minha amiga Chinesa e mais dois Taiwaneses que, resolveram me avisar que não ia dar mais pra eu ficar lá exatamente na hora da mudança. Depois disso não tinha pra onde pra onde ir, fiz minha carteirinha do movimento dos sem teto e fiquei mudando de abrigo por uma semana. 3 dias na homestay, 3 dias na casa do Felipe e mais 2 dias na casa que depois eu consegui me mudar de vez. Aí pra mim tava tudo melhorando, até emprego eu arrumei. Logo pensei que não tinha mais nada pra me preocupar, mas logo descubro que todo mundo na casa está ilegal, tem mais gente do que deveria (6 ao invés de 4), o meu emprego ficou duas semanas sem me pagar, não tinha como pagar as outras duas semanas de aluguel, tive que dar dinheiro pra resolver as coisas aqui na casa e não tinha mais nada. Resumindo: tinha que pagar o aluguel, tinha que comer e tinha que fazer mais um monte de coisinha e tinha apenas $3,20 na carteira. O depósito que era pra ter entrado na minha conta há uns 4 dias antes de estourar a bomba (o que já teria me salvado) também não deu certo. Comecei a ir pro trabalho e guardar o lanche que me davam pra poder almoçar no dia seguinte, o café da manhã era 500ml de água 2 quadradinhos de diamante negro e um halls que eu trouxe na mala. Já estava pensando em alugar meu espaço na geladeira e no armário da cozinha pra tentar levantar uma grana. Simplesmente eu estava entrando em desespero, mas aí fiquei sabendo que o depósito tinha dado certo e já estava na minha conta. Abri a carteira e gastei meus $3,00 com um pedaço de pizza, só pra comemorar o fim do perrengue. Fui pro banco e descubro que eu não posso sacar o MEU dinheiro, a gracinha vira e me diz que eu não posso porque eu não posso, me mostrou no computador que tava lá tudo certinho mas que eu só poderia sacar depois que ele ficasse no “avaible”. Dei uma risadinha e perguntei se ela estava de brincadeira. Ela disse que não e não sabia explicar o porque de eu não sacar meu dinheiro. “querida, eu estou aqui, o dinheiro está aí, o banco está aberto. Por que eu não posso sacar o dinheiro?” e ela não respondia. Me lembrei dos $0,20, do aluguel, da fome, do desespero e de tudo, foi fazendo um mix na minha cabeça que quando começou a ficar quente e ela não falando nada com nada eu simplesmente virei as costas e fui embora pra não fazer não sei o que com aquela tonta. Vim pra casa tentar pedir pra todos os santos me ajudarem, mas antes que eu pudesse fazer isso já tinha que resolver um outro problema que estava me aguardando aqui em casa. Eu tinha que negociar com um Australiano que estava aqui, pagava menos que todo mundo e ainda trazia o irmão dele pra morar com ele, ficava na sala e ainda reclamava se fizesse barulho na sala ou ascendesse a luz, a melhor vizinhança que alguém poderia ter. É obvio que não queria ir embora né. Ficou todo irritadinho e tudo mais e eu que quase não tinha problema nem podia me irritar também, aí quando eu penso que acabou vem o Koreano que já ia sair no final da semana e mesmo assim estava questionando as novas regras da casa que iriam entrar em vigor assim que ele saísse. Não sabia que tinha asiático burro não, aí ficava falando que não entendi meu inglês e chamou a amiga japonesa dele pra ajudar. Ele contou a história pra ela e ela não entendeu muito bem. Tive que contar tudo pra ela que além de entender concordou comigo, que vontade de apertar a cabeça dele com o travesseiro de noite. Esse aí foi o único que não consegui me controlar, me estressei e disse que o problema dele não era com o inglês (ele entendeu que eu estava chamando ele de burro) e disse que eu não ia mais falar nada com ele porque não tinha como manter um diálogo com uma pessoa que não consegue entender nada. Isso sem levar em consideração que ele nem tinha que comentar nada, já que ia embora...
Mas no final acabou tudo bem, todo mundo que tinha que ir foi embora, recebi a metade do salário, o meu dinheiro foi liberado e agora está tudo bem. Consigo até arrumar tempo pra atualizar o blog depois dessas duas semanas de pura tranqüilidade em minha vida.
Acho que já está bom de história por hoje, vou ficando por aqui e espero voltar em breve. Até mais.

Comentários

  1. Que perrengue hein cara? Que bom que as coisas ficaram tranquilas ai pra ti. E até que ser pão duro foi útil pra você, né? Não te deixou numa pior. Se fosse eu já tava bem ferrada. hahaha Se cuida. Minha vó tá te mandando beijos.

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  2. bicho pegou, a vontade de voltar bateu,e não tinha nem a passagem do bus!
    Tenho que concordar com a Taínã...se eu entendi direito vc que é o responsável pela casa?se sim,como que assumiu a casa nesse estado de ilegalidade?

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  3. Hermone!
    O que não mata fortalece.... mas no seu caso não é bem por aí! Fome mata sim viu 'fi'!!!! Hahahahahaha! Ótimo saber que as coisas já estão bem!!! E concordo com Tainã, se não fosse a sua pãodurice, tu tava perdiiiido!!!!! Um beijo, se cuida e qualquer coisa tamo aí! =)

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