Sem título, irmão

Hoje é a primeira roda de conversa dos homens negros que participo aqui em Brasília nesse 2020. Já comentei sobre ela antes, mas vou falar de novo porque não me canso. Estou lá desde a primeira e depois que tive maior aproximação com os manos de lá foram surgindo várias idéias, várias coisas extra roda aconteceram e algumas não. Como o texto em conjunto sobre sei lá o que com o idealizador da roda, Vinícius. Que inclusive tem um perfil (@sankofa_terapia) sobre psicologia preta muito foda! Na correria da vida não foi possível sentar pra debater e redigir algo. Mas nas minhas viagens eu vi que isso não era um problema muito grande, porque estamos aí colocando as coisas pra fora, seja por vídeo, textos ou nos encontros lá no Restaurante Simbaz. Então por que não pegar essas coisas todas que estão no ar e tentar fazer um compilado? Foi assim que comecei a escrever esse texto há 3min. Vim no meu busão (sim, eu consegui acordar cedo pra pegar o ônibus hoje e não tive que gastar o dinheiro do almoço pra pagar Uber) escutando o podcast do Lado Negro da Força e tive um insight sobre essa relação que surgiu lá na rodinha de quarta- feira. Percebi que o momento que tirei pra mim tratava-se do mesmo momento que o Vinicius falou em seu perfil hoje: De como é bom reservar um tempo para si, deixar de verdade uma horinha que seja no meio do dia pra ficar só com você. E não só aqueles 7min na cama antes de dormir ou as 5 horas olhando pro teto (nos casos de quem tem insônia). Também não é aquele momento em que você tá passando o sabonete a barriga durante o banho, esse momento só serve pra gastar água, tá?
Mas voltando, continuo percebendo que esses momentos são também uma extensão dos assuntos tratados na roda, das reflexões pós roda, das conclusões e projeções que ela traz. 
Quando estava na época do cursinho eu via que a cabeça abria cada vez que eu sentava pra estudar - no colégio não, só queria saber quanto tempo faltava pra eu sair correndo e ficar no primeiro time do recreio - e as possibilidades eram as mais variadas. Vejo que isso se repete toda vez que paro pra ficar de boa, sem pensar no próximo boleto ou no próximo bolinho que vou comer. Escrever sobre algo que até hoje estava no status do "bora combinar", mesmo não tendo um tema fixo, já acho que é uma ação do caralho. Porque eu simplesmente parei e vi que tava tudo lá flutuando, só esperando alguém pegar. Aí hoje somei minha viagem com uma coisa mais apurada, de quem estuda e sabe o que tá falando pra chegar a conclusão de que se abrirmos nossas cabeças existe a chance de vermos muitas coisas que já estão até prontas. 
Daqui a algumas horas tem mais roda com uma pancada de possibilidades boas pra serem aproveitadas, mais coisa pra combinar, mas que só serão aproveitadas se tivermos esse olhar pra dentro. Então nesse meu momento de auto ajude-se sozinho e com ninguém mais eu digo que é muito massa se ver pelos seus próprios olhos.
E para meu chapa Vinícius eu digo que nosso texto tá pronto! 

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